Paula Silveira:
“O Léo, no primeiro ano, nunca tive nenhum problema com ele na escola, né? Vou eu para o primeiro dia de aula do Infantil 2. Fomos meu marido, eu, e ele… na ida… calado. Leonardo, calado. Ele é uma pessoa muito comunicativa. Diz meu marido: ‘Léo, e aí, tá tudo bem?’ Ele: ‘Tudo bem…’ Calado, olhando para o vidro do carro…”
“Chegou na escola, não queria descer. Aí, já começou a chorar, disse que não queria ficar. E agora, o que é que eu faço com ele? Ela foi me orientando até que ele foi se soltando, foi descendo do colo, a gente conversando… Ele pediu para ir ao banheiro e foi com a professora nova, né?”
“Voltei para casa e fui buscá-lo depois do almoço. Cheguei lá, tudo bem, tudo ótimo. Veio, foi lindo. Tá voltando para casa. Falei: ‘Léo, o que que aconteceu, filho? Né, que você não quis ir? Qual que era seu medo e tal?’ E aí, ele disse assim para mim: ‘Mãe, na ida para escola, eu tava bolando uma armadilha na minha cabeça.’ Aí eu falei: ‘Ah, é? Qual armadilha?’ E ele tava pensando: ‘Eu ia agarrar em você igual um macaquinho… E que se preciso, eu iria até chorar.’ Aí eu: ‘O que, uma armadilha, então?’ As crianças, quietas, a gente acha que é uma coisa e não, eles estão armando planos, né, para colocar em prática depois. Achei muito engraçado.”
Texto extraído e adaptado da conversa com Paula Silveira para o Ninho das Mães.